quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Revelada a aposentadoria de Hayao Miyazaki durante o Festival de Veneza





Hayao Miyazaki, fundador do lendário estúdio Ghibli, anunciou os planos de abandonar a cadeirinha de diretor e dar entrada na aposentadoria. A polêmica notícia veio do presidente do estúdio, Koji Hoshino, e chocou otakus, jornalistas e amantes da sétima arte presentes no 70º Festival de Veneza (70. Mostra Internazionale d'Arte Cinematografica), que aguardavam a estreia internacional de Kaze Tachinu (“o vento leva”), novo e recém-declarado último filme de Hayao.


"No passado, eu fui chamado diversas vezes para o Festival de Veneza. Eu gosto muito do mundo. Mas gostaria de anunciar que estou me retirando do meu trabalho depois de 'Kaze Tachinu'. Gostaria de dizer adeus" – emocionou-se Koji Hoshino ao ler a mensagem do cineasta. Segundo o presidente, o sensei prestará maiores esclarecimentos à mídia japonesa e aos fãs em breve.


Relembrando que o ancião dos desenhos japoneses havia divulgado o encerramento de sua profissão duas vezes no passado, mas sempre cedendo aos pedidos dos admiradores e retomando a ativa pouco tempo depois. Talvez ainda exista a chance da triste notícia mostrar-se reversível.


Verdadeiro ícone no Japão e no mundo, Miyazaki alimentou a imaginação de crianças do mundo inteiro com eternos clássicos da animação japonesa. A Viagem de Chihiro (2001), A Princesa Mononoke (1997) e Meu Vizinho Totoro (1988), obras-primas assinadas pelo diretor, comprovaram que velhas fábulas japonesas originam filmes tão apaixonantes e repletos de significados quanto os tradicionais contos de fadas.


Kaze Tachinu (assista o trailer), 11º filme do mestre, retrata fantasiosamente a vida de Jiro Horikoshi, o inventor do avião de caça Mitsubishi A6M Zero, utilizado pelos japoneses no histórico ataque a Pearl Harbor. Sem quebrar a tradição, o longa-metragem superlotou os cinemas da terra do sol nascente.


Diretor, roteirista e animador, Hayao Miyazaki fundou o estúdio Ghibli com os colegas de carreira Isao Takahata e Toshio Suzuki em 1985, aplicando os fundos obtidos com a impressionante bilheteria de Nausicaä do Vale do Vento (1984). Entre os temas roteirizados pelo cineasta de 72 anos, são recorrentes a pureza da infância, contos folclóricos, os horrores da guerra, profanação da natureza e a atuação das mulheres na sociedade.


Fonte de inspiração a artistas e principalmente para as crianças, cuja infância foi enriquecida pelos mundos e personagens fantásticos nascidos de sua imaginação apurada, Hayao Miyazaki será uma trágica perda não apenas para o universo otaku, mas também para as artes cinematográficas em geral.


Maiores informações podem ser lidas no site brasileiro do estúdio Ghibli, criado por fãs.